sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tempestade em copo d'água



Ontem, fui ao Mc Donald's da Praça Panamericana. Levei minhas gororobas pro andar de cima, pra degusta-las ao ar livre. Tinha um cara comendo um sanduba sussa. De repente veio um besouro. Um besouro grande, mas um simples inseto da ordem Coleoptera. Que resolve avoar perto do mecionado cidadão. Que começa a se recontorcer quase que epileticamente. Com isso, seu sanduba voa longe esparramando carnes, cebolas e molhos. O ambiente estava calmo e deu pra ouvir bem o som macio de "pluft" da iguaria gastronômica americana de encontro ao chão. Pensei: "Que merda, o cara perde o almoço só por causa de um inseto..." Não sou de rir de pequenas mazelas. Apenas senti uma certa vergonha alheia e fiquei na minha pra não deixar o cara mais constrangido ainda, embora apenas eu, uma funcionária e uma senhora fossemos testemunhas. 

Mas nem terminei de refletir sobre a cena anterior e algo mais esdrúxulo sucede: O besouro em seus voôs radiais, se reaproxima da "vítima". Que num novo espasmo, tentando acertar o bicho com uma cortada de volei e ao mesmo tempo se esquivando como se estivesse fugindo de um jato de ácido, acaba se desequilibrando e caindo de maneira ridícula entre sua mesa e a mesa vizinha, que por sorte estava desocupada. Tipo uma jaca caindo na calçada. "Taí um corpo estendido no chão" como diria Januário de Oliveira. Ainda me lembro da sua cara de indignação. Aquela cara de "puta mundo injusto meoo", com o corpo embaraçado aos assentos metálicos. Aí sim, fomos surpreendidos novamente! Agora era eu que estava constrangido. Como percebi que o sujeito não havia se machucado, achei melhor ignorar a cena e vazar logo de lá, já que, oportunamente, tinha acabado de tomar o último gole de suco. 

E aí fiquei pensando. Esse cara nunca viu um besouro? Como um marmanjo, alto, aparentando ter por volta de 25 anos (ou talvez um pouco menos) pode ter tanta aversão a um simples bicho? Não dava só pra mover o braço discretamente pra espantar o inseto invasor? Cheguei a duas conclusões: 1- Mulheres tem razão quando reclamam da quantidade de homens no "mercado" 2 - Essa geração Playstation, criada a leite com pera e "ovomaltino" gelado e as gerações seguintes ainda vão acabar furando as projeções de expectativa de vida humana nas próximas décadas. Tudo evolui, mas a civilização urbana está cada vez mais frágil psicologicamente.
  

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