terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Dieta em Câmera Lenta. Resultado: Deu certo não!

Há um ano, em muitas palavras, escrevi sobre uma maneira particular de perder peso, a qual denominei  Dieta em câmera lenta, conforme pode ser visto aqui. O foco da dieta não era a quantidade de peso perdido, irrisórios 500 gramas por mês, mas a constância do processo a longo prazo. Quando criamos alguma coisa, a expectativa sempre é de êxito. Mas a realidade que veio depois, não foi bem aquela que eu havia planejado! O objetivo era chegar aos 66,5 quilos ou 14% de gordura corpórea. Em Setembro cheguei aos 68,4 kg, apenas 1.900 g acima da meta final, que deveria ser alcançada em Dezembro. Porém esse resultado foi obtido de forma meio abrupta, como se pode observar nas bolinhas entre Julho e Setembro. Justamente o princípio oposto da dieta. Não à toa, o efeito sanfona mais uma vez se fez presente.


Perder pouco peso e de forma constante, realmente não dá certo. Porque é difícil manter o foco e principalmente o controle, sobre 500 g por mês. É complicado manter o foco, porque sabendo que precisa perder pouco peso, você acaba naturalmente, até de forma inconsciente, não se esforçando para tanto. É difícil manter o controle, porque 0,5 kg é um valor que pode muito bem estar numa margem de erro. Uma retenção de líquidos, uma desidratação, intestino preso, o horário da pesagem, enfim, vários fatores podem significar meio quilo a mais ou a menos.

Sobre o horário da pesagem eu havia afirmado:


"Uma dica importante é sempre realizar a pesagem após a última refeição do dia. Nas piores condições possíveis. O lance de se pesar depois de uma marombagem lascada é furada total. Porque causa a ilusão de que você está pesando bem menos. Já cai muito nesse golpe. Depois de uma refeição, o corpo recupera e recupera forte os líquidos e sais perdidos. Inclusive os 66,5 quilos que cheguei a atingir foram nessas condições, ou seja, não eram reais. Esse lance de se pesar desidratado só vale mesmo pra lutadores no dia da pesagem oficial antes de uma luta. Aqui um “causo” curioso about this, ocorrido com Vitor Belford."

Falei bobagem. Tudo bem que após atividades físicas nosso peso pode estar um pouco mais distante da realidade. Eu mesmo já cheguei a aumentar quase 2 Kg de um dia pra outro, só recuperando líquidos perdidos. Porém, o importante é manter sempre o mesmo referencial. Você pode se pesar depois de treino. Desde que a próxima pesagem seja também depois de um treino, de forma que a comparação seja justa. Psicologicamente é melhor, mais motivante fazer pesagens após atividades físicas. Só o que não vale é comparar uma pesagem depois do almoço de domingo com outra logo após 1 hora de esteira. 

Voltando a ideia central, perder peso a longo prazo realmente não deu certo comigo. Penso que a melhor solução é intermediária entre esse método slow motion e dietas malucas com perda significativa de peso em pouco tempo. 

Então, desenvolvi uma nova proposta. Partindo do pressuposto de que há peso excedente a ser perdido e que os primeiros quilos são mais fáceis de eliminar, então posso tentar elimina-los de forma rápida.  Mas isso varia de pessoa pra pessoa. Pro meu caso, que tenho 1,70 m e 71 kg, resolvi que 2 quilos em duas semanas é um bom começo. 8 vezes mais do que os 250 gramas. Perdendo em duas semanas o que levaria 4 meses na dieta em câmera lenta. Realmente esse nome câmera lenta foi apropriado!


Levei a ideia adiante. Deu certo. Tudo bem que tive que correr na ciclovia por 40 minutos no dia da pesagem e perder 900 gramas de uma vez (e depois recuperá-las facilmente) e inclusive utilizando a tática "Belfordiana" para eliminar as últimas 100 gramas,  mas não importa! =) 

Entre 22/01/12 e 02/02/12: - 2 Kg


A partir daí as metas devem ser mais conservadoras. Eu estabeleci metade da primeira meta, devendo perder mais um quilo em mais duas semanas. E depois o que vier  é lucro, sem prazo pra atingir metas. 

Mas o lance é não ser muito rígido. Mais importante do que um corpo em forma é a própria saúde. É melhor ter sempre uma barriguinha do que um tanquinho efêmero. É melhor não chegar ao "peso ideal", mas manter sempre a integridade física. O "corpo ideal" é passageiro e às vezes inalcançável, mas lesões nos joelhos, quadris, ombros, tendinites, bursites, etc., muitas vezes, podem ser permanentes.  

Em relação à alimentação, a mesma coisa. O importante é comer o que se tem vontade,  mas sem cometer abusos. Saber diferenciar o que é uma vontade legítima de comer uma guloseima especial do que é "ollho maior que a barriga". Tenho muita preguiça e acho um porre esse lance de ficar fazendo  tabelas de calorias com os alimentos. Não sei como a mulherada (e até alguns homens) aguentam esse tipo de coisa. É muito menos estressante fazer essa contabilidade de maneira desencanada. Lembrar que se rolou uma feijoada, a cota de "abusos do dia" já foi extrapolada. E da mesma forma, se o seu café da manhã foi tosco, você pode e deve comer aquele mega pão de queijo.  Também acho bobagem cortar alimentos que gostamos. Adoro pães, massas e doces em geral. Não vivo sem. Por outro lado carboidratos são sempre vistos como vilões do sobrepeso. Não importa. Só se vive uma vez, como disse o meu ortopedista.

Outra coisa não menos importante. É preciso estar satisfeito em praticar atividade física. Os momentos em que estive em melhor forma até hoje, foram aqueles nos quais estava menos preocupado com isso. Em ambas as épocas eu dormia muito bem, pelo menos 7 horas por noite, o que também é relevante.

Em suma: perder peso a longo prazo não deu certo. A minha alternativa agora é perder peso de forma desencanada. A dieta desencanada. Ela começa perdendo uma certa quantidade de forma rápida, partindo do pressuposto que parte do sobrepeso é teoricamente mais fácil de eliminar e que resultados imediatos são motivadores. Em seguida vem a fase desencanada, na qual o importante é continuar tentando. Mas sem grandes sacrifícios.  

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tempestade em copo d'água



Ontem, fui ao Mc Donald's da Praça Panamericana. Levei minhas gororobas pro andar de cima, pra degusta-las ao ar livre. Tinha um cara comendo um sanduba sussa. De repente veio um besouro. Um besouro grande, mas um simples inseto da ordem Coleoptera. Que resolve avoar perto do mecionado cidadão. Que começa a se recontorcer quase que epileticamente. Com isso, seu sanduba voa longe esparramando carnes, cebolas e molhos. O ambiente estava calmo e deu pra ouvir bem o som macio de "pluft" da iguaria gastronômica americana de encontro ao chão. Pensei: "Que merda, o cara perde o almoço só por causa de um inseto..." Não sou de rir de pequenas mazelas. Apenas senti uma certa vergonha alheia e fiquei na minha pra não deixar o cara mais constrangido ainda, embora apenas eu, uma funcionária e uma senhora fossemos testemunhas. 

Mas nem terminei de refletir sobre a cena anterior e algo mais esdrúxulo sucede: O besouro em seus voôs radiais, se reaproxima da "vítima". Que num novo espasmo, tentando acertar o bicho com uma cortada de volei e ao mesmo tempo se esquivando como se estivesse fugindo de um jato de ácido, acaba se desequilibrando e caindo de maneira ridícula entre sua mesa e a mesa vizinha, que por sorte estava desocupada. Tipo uma jaca caindo na calçada. "Taí um corpo estendido no chão" como diria Januário de Oliveira. Ainda me lembro da sua cara de indignação. Aquela cara de "puta mundo injusto meoo", com o corpo embaraçado aos assentos metálicos. Aí sim, fomos surpreendidos novamente! Agora era eu que estava constrangido. Como percebi que o sujeito não havia se machucado, achei melhor ignorar a cena e vazar logo de lá, já que, oportunamente, tinha acabado de tomar o último gole de suco. 

E aí fiquei pensando. Esse cara nunca viu um besouro? Como um marmanjo, alto, aparentando ter por volta de 25 anos (ou talvez um pouco menos) pode ter tanta aversão a um simples bicho? Não dava só pra mover o braço discretamente pra espantar o inseto invasor? Cheguei a duas conclusões: 1- Mulheres tem razão quando reclamam da quantidade de homens no "mercado" 2 - Essa geração Playstation, criada a leite com pera e "ovomaltino" gelado e as gerações seguintes ainda vão acabar furando as projeções de expectativa de vida humana nas próximas décadas. Tudo evolui, mas a civilização urbana está cada vez mais frágil psicologicamente.
  
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